Saiba quais são as opções de investimento que se tornaram vantajosas com a crise e comece a planejar seu futuro.
A recessão econômica e a retração dos índices de produtividade no país estão criando um cenário de muita incerteza para o futuro dos brasileiros, principalmente no lado financeiro. Mas é possível encontrar opções de investimento que aumentem a renda e tragam um pouco mais de segurança para um eventual imprevisto.
Afinal, a crise não parece dar sinais de enfraquecimento e pode ainda se agravar antes de começar uma retomada econômica. Assim, para quem, no momento, possui um planejamento financeiro, com algum dinheiro guardado ou uma fonte de renda que permite pagar as contas e ainda ter uma sobra, fazer um investimento é uma maneira de se precaver.
No entanto, é importante ter as informações corretas sobre o cenário atual e quais investimentos podem ser vantajosos em um momento como esse. No post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre as oportunidades que a crise econômica traz para investidores e quais são as melhores opções de investimento para você. Confira!
As oportunidades criadas pela crise
Ao contrário dos países desenvolvidos, que baixaram suas taxas de juros para estimular o consumo e o investimento na produção, no Brasil, a queda da atividade industrial trouxe de volta o “fantasma” da inflação, o que levou o governo a aumentar os juros básicos.
Dessa forma, investimentos considerados antes conservadores, como os fundos de renda fixa, passaram a pagar rendimentos mais interessantes.
Por outro lado, os índices de desemprego continuam subindo e não parecem que estagnarão em curto prazo. Isso causa enorme impacto no mercado de consumo de bens como imóveis e veículos, que apresentam atualmente uma grande capacidade ociosa e retração de atividade.
Isso porque as pessoas não estão confiantes para assumirem dívidas de longo prazo e, como a renda familiar decaiu, conseguir crédito e pagar as parcelas dos empréstimos está mais difícil.
O mercado precisa vender
O “boom” imobiliário e da construção civil que o país viveu até a chegada da crise deixou uma grande quantidade de imóveis construídos que não encontram compradores. Bem como muitas famílias não estão conseguindo arcar com as parcelas assumidas anos atrás. Isso está fazendo com que os preços dos imóveis venham apresentando queda.
Por isso, o investimento em imóveis, que antes era visto como algo arriscado por conta dos valores extremamente elevados, voltou a ser considerado como uma boa opção pelos analistas.
Assim como o momento pode ser vantajoso para a compra de um veículo novo ou seminovo. Com os pátios das montadoras lotados, a tendência é de queda no valor dos automóveis, tornando tecnologias e luxos, antes muito caros, mais acessíveis.
Mais ainda para veículos seminovos, que estão voltando ao mercado porque seus donos perderam renda ou precisam pagar outras dívidas. Com esse excesso de vendedores, os compradores têm sido disputados em guerras de preços, favorecendo quem está pensando em investir seu dinheiro.
Portanto, é uma boa hora para que empresas ou profissionais liberais invistam em veículos para a expansão de seus negócios e melhora na prestação de serviços.
Mas, neste cenário de muita incerteza e insegurança, quais são, afinal, as melhores opções de investimento? Falaremos exatamente disso abaixo.
As opções de investimento durante a crise
Momentos de crise, geralmente, são mais arriscados para investidores, que utilizam seu capital com mais cautela. Mas há diversas opções, desde as mais conservadoras até as mais arrojadas, que se beneficiam deste cenário, se tornando vantajosas para quem não quer deixar seu dinheiro parado.
Veja algumas das opções de investimentos em alta no momento que separamos para você escolher a que melhor se encaixa em seu perfil:
1. Renda fixa
Com os juros básicos em alta como medida para a contenção da inflação, por conta do encolhimento das atividades produtivas, os títulos de renda fixa se tornaram atraentes. Os juros fixados em contrato são baseados nas taxas básicas governamentais, como a Selic, ou em índices oficiais de inflação.
Além disso, sua relativa segurança tem atraído quem procura aumentar seus rendimentos mensais ou apenas fazer uma reserva para algum imprevisto. Estes são os mais recomendados por analistas:
Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
São títulos lançados para financiar crédito imobiliário do tipo hipotecário ou de alienação fiduciária. Ou seja, o banco que capta seu dinheiro deve utilizá-lo para esses fins.
Sua principal vantagem é ser livre de imposto de renda para pessoas físicas. Logo, é um investimento interessante para quem pensa em médio prazo.
Isso porque o LCI possui tempo mínimo de aplicação, então não é possível resgatar o investimento em curto prazo. Algumas instituições possuem carência de até 48 meses. Outra desvantagem é o valor mínimo para aporte inicial, que costuma ser um pouco mais elevado em comparação com outros investimentos de renda fixa.
O investimento em LCI possui a mesma garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que a poupança, mas seu rendimento está bem acima, podendo até dobrá-lo, a depender do prazo e das condições acertadas com a instituição financeira.
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
Possui as mesmas características que o LCI, porém, estes títulos são atrelados a créditos para o agronegócio. Para quem investe, quase não há diferença entre os dois papéis, a não ser o valor do investimento mínimo, que costuma ser bem maior para o LCA.
O ideal é conferir os prazos de carência pra resgate e as porcentagens pagas pela instituição e compará-los com os de outros investimentos em renda fixa para saber se são as melhores opções para seu perfil.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
Os CDBs são títulos que os próprios bancos emitem para fazer a captação de dinheiro de pessoas físicas ou jurídicas. São remunerados de acordo com os valores aportados e os prazos de carência acertados.
Há diversos tipos de CDB, com valores mínimos de aporte inicial variáveis. Bem como também são variáveis as remunerações de acordo com o banco que está oferecendo.
Como o CDB também é garantido pelo FGC (em até R$ 250.000, como na poupança, LCI, LCA, entre outros), o risco é baixo, permitindo que o investidor procure bancos menores que ofereçam taxas mais rentáveis.
A desvantagem do CDB está na tributação de imposto de renda, que é regressiva conforme o tempo de investimento. Isso pode fazer com que ele seja menos vantajoso até que a poupança, dependendo das taxas de rentabilidade contratadas e do prazo mínimo respeitado para o resgate do montante.
Debêntures
As Debêntures são títulos de crédito de empresas privadas. Assim, é como se você fizesse um empréstimo a pessoas jurídicas particulares.
Suas vantagens estão na flexibilidade quanto a valores mínimos de investimento e prazos de liquidez. Isso porque cada empresa institui suas regras para a captação de financiamento.
É um investimento arriscado, pois cada emissor possui um grau de risco diferente. Mas pode trazer boa rentabilidade e flexibilidade no resgate. Por isso, é importante pesquisar antes as avaliações das agências de risco sobre as empresas emissoras, pois há o risco de calote.
Os rendimentos em Debêntures também são tributados pelo imposto de renda, de acordo com a tabela regressiva.
Fundos DI
Apesar de terem deixado de existir como nomenclatura, os Fundos referenciados DI ainda existem como opção de investimento, porém, com nomes diferentes em cada instituição. O DI é baseado em investimentos em títulos da dívida pública federal, ou seja, os mesmos que podem ser encontrados no Tesouro Direto.
A vantagem é que a liquidez é diária. Assim, é possível fazer resgates de rendimentos a qualquer tempo, sendo uma opção interessante para quem não pode garantir prazos maiores para seus aportes.
Outra característica dos Fundos DI é que eles aceitam investimentos mínimos menores, bem como aportes adicionais de baixo valor.
Porém, há desvantagens também. É preciso encontrar a instituição financeira que ofereça taxas de administração competitivas, pois elas podem influenciar negativamente no resultado do investimento — os valores mínimos dos aportes precisam caber no perfil do investidor.
Além disso, os Fundos DI são tributados pelo imposto de renda, da mesma forma regressiva que outros investimentos, e não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito, sendo um fator de risco.
No entanto, como os valores dos Fundos DI ficam à parte do patrimônio da instituição, há uma certa segurança quanto a calotes e falências, sendo classificados como investimentos de baixo risco.
E como são, em um mínimo de 80% de seu valor, atrelados a papéis da dívida pública federal, são uma opção interessante para um investimento seguro.
2. Tesouro Direto
Tesouro Direto é o caminho criado pelo governo brasileiro para permitir que pequenos investidores cheguem aos títulos da dívida pública com mais facilidade. Há uma variedade de tipos de títulos em seu site oficial, com rentabilidades e liquidez diferenciadas.
Para investir é necessário ter uma conta-corrente em um banco e há a necessidade de que uma instituição financeira habilitada (que pode ser o próprio banco em que possui a conta) intermedeie as transações.
Os títulos oferecidos pelo Tesouro Direto não contam com um fundo garantidor, mas o risco de calote é extremamente baixo, pois é o governo federal o garantidor do pagamento. Um calote à dívida pública seria muito complicado para a economia como um todo.
Além disso, há cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos e de taxa de custódia de 0,3% ao ano cobrada pela BOVESPA, a bolsa de valores de São Paulo. Ainda, há taxas de manutenção cobradas pela instituição financeira que intermediará as transações.
Portanto, é preciso conhecer as diversas opções de títulos, seus prazos de resgate, os índices de rentabilidade, os vencimentos para o pagamento de juros e as taxas de manutenção da instituição financeira para saber qual a melhor opção para seus objetivos dentro do Tesouro Direto.
3. Ações
Investir em ações é extremamente arriscado, especialmente em tempos de crise, quando as empresas não conseguem apresentar situações financeiras e econômicas estáveis.
Porém, com a retração de capital dos investidores, o preço das ações tende a cair bastante. Claro que isso se deve muito a empresas que realmente quebraram ou que mascararam seus resultados, mas há uma série de boas companhias que estão sofrendo com a falta de investimentos simplesmente por conta da crise.
Assim, encontrar boas opções pode ser difícil, mas não é impossível. E ainda que haja quedas em um futuro próximo, o histórico mostra que empresas sólidas, bem localizadas no mercado, são bons investimentos em longo prazo e em qualquer circunstância, especialmente em épocas de crise, nas quais elas estão desvalorizadas.
O investimento em ações é indicado para quem pode dispor de um montante em longo prazo e para quem tem um pouco mais de conhecimento sobre o mercado. Uma corretora pode auxiliar neste investimento.
4. Aquisição de bens
Com as dificuldades de aquisição de novos bens pelos consumidores e de honrar suas dívidas, o mercado está cheio de oportunidades com valores em queda para quem pensa em investir em bens como imóveis e veículos.
Imóveis
Apesar de os preços não estarem baixos, eles estão caindo. E no meio deles, negócios de oportunidade podem surgir. Por isso, é importante ficar atento aos classificados e ter paciência para negociar as melhores condições.
O investimento em imóvel pode ser feito tanto pela valorização do imóvel com o passar do tempo, que geralmente ultrapassa a inflação, como utilizando-o para gerar renda, ao alugá-lo.
No entanto, é preciso cautela ao contrair dívidas. Financiamentos, por exemplo, estão muito mais difíceis de conseguir e as taxas de juros estão bem altas. Assim, não é uma boa maneira para conseguir a verba necessária para investir no mercado imobiliário.
O melhor é guardar um bom dinheiro para poder comprar à vista. Uma boa opção para quem ainda não possui o valor de um imóvel, que costuma ser bem elevado, é a aquisição de um consórcio imobiliário. Vamos falar sobre essa modalidade mais para a frente, neste post.
Veículos
Isso acontece também com veículos. Muitos proprietários não estão conseguindo pagar suas parcelas e estão colocando seus carros e motocicletas à venda.
Ao mesmo tempo, uma grande quantidade de unidades produzidas está parada nos pátios das montadoras e nas concessionárias. O ideal é procurar por bons negócios, em que mais vantagens sejam oferecidas ao comprador.
Apesar da compra de veículos não ser por si só, um investimento, um carro ou caminhão novos podem significar um incremento na capacidade produtiva de uma empresa ou profissional liberal, redução de custos de manutenção, melhora da reputação, etc. Isso se traduz em ganhos posteriores.
As melhores maneiras de investir em bens
Certamente, a maneira mais barata de adquirir um imóvel ou veículo é guardando dinheiro ao longo dos meses para comprá-los à vista, negociando as melhores condições e descontos na transação. Porém, é extremamente difícil que isso aconteça por várias razões. Uma delas é a falta de planejamento financeiro.
Uma outra maneira é adquirindo financiamento. Porém, com a crise econômica, os juros estão mais elevados, por conta das taxas básicas do governo e da inadimplência, que deixa o dinheiro mais caro e os financiamentos mais arriscados para as instituições financeiras, o que faz com que o valor final pago seja maior que o valor do bem.
Fora isso, é necessário ter um montante para dar de entrada na compra. Esse valor, em épocas de crise, tende a ser maior, o que restringe muito o público capaz de utilizar essa modalidade.
Assim, a opção mais vantajosa para suprir a falta de verba para a aquisição de um imóvel ou de um automóvel é o consórcio.
As vantagens do consórcio
O consórcio é uma modalidade de autofinanciamento em grupo com um objetivo específico. Muito usado para a aquisição de bens, como imóveis e veículos, hoje em dia já há consórcios para todo o tipo de objetivos, incluindo viagens e cursos acadêmicos.
Possui prazo de duração e número de participantes limitados. Estes contribuem durante a vigência do grupo, com parcelas mensais prefixadas em contrato, formando um fundo comum, de onde saem as cartas de crédito.
Assim, todo o mês são emitidas cartas de crédito para os contemplados até que ao final da duração do consórcio, todos os participantes tenham recebido seu montante especificado no início do grupo, atualizado para evitar perdas financeiras.
Por ser um autofinanciamento, ele apresenta algumas vantagens para seus participantes. Vamos ver quais são as principais:
Flexibilidade
Apesar de ser necessário o estabelecimento de um objetivo para entrar para um grupo de consórcio, a carta de crédito recebida é bem flexível quanto a seu uso. Basta apenas que o bem ou serviço a ser adquirido seja da mesma classe do grupo.
Assim, se você entrou em um autofinanciamento com o objetivo de adquirir um carro novo, mas depois mudou de ideia e se interessou por uma motocicleta, é possível utilizar a carta de crédito para esse fim.
Outro fator é a possibilidade de escolher entre os diversos grupos, aquele que tenha os prazos de pagamento mais adequados para seu perfil. Eles variam bastante e dependerão muito da sua necessidade e urgência, além da capacidade de honrar com o pagamento das parcelas.
Menor burocracia
A participação em consórcios é muito mais fácil e simples do que adquirir empréstimos bancários. Se para os financiamentos são necessárias diversas comprovações para o consórcio as exigências são bem menores.
Isso faz com que, principalmente em tempos de crise, seja uma modalidade de investimento atraente.
Não possui entrada
No consórcio, você se compromete a pagar somente as parcelas predefinidas no contrato. Sendo contemplado, a utilização da carta de crédito é integral e não está atrelada ao preço de um imóvel, por exemplo, como é o caso de alguns financiamentos, que atingem somente certa porcentagem do valor do bem.
Assim, não é necessário ter um dinheiro guardado, se tornando uma ótima opção de investimento com aportes fixos e atualização do valor total no momento do resgate.
Possibilidade de ser contemplado antes
Tendo um prazo de duração definido, todos os participantes serão contemplados com a carta de crédito em algum momento da vigência do grupo.
No entanto, todo o mês são feitos sorteios nas assembleias dos grupos, que escolhem um ou mais integrantes, a depender da administradora, para receberem antecipadamente suas cartas de crédito.
Ainda, é possível dar lances para acelerar sua contemplação. São pagamentos adiantados ofertados à administradora que repassa uma carta de crédito, conforme suas regras, para o de maior valor.
Alguns grupos aceitam imóveis e veículos como lance e até permitem o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
Conclusão
Como vimos, a crise econômica pela qual passa o Brasil trouxe bastante apreensão a investidores e uma situação de insegurança para os consumidores e trabalhadores no geral. Apesar de ser um cenário complexo e assustador, é em momentos de crise que alguns investimentos despontam como vantajosos.
Assim, a retração das atividades produtivas trouxe um aumento de juros que influenciou positivamente na rentabilidade de fundos de renda fixa. Ao mesmo tempo, o desemprego e o congelamento do poder de compra das famílias brasileiras causou desaquecimento no mercado de bens como imóveis e veículos.
Dessa forma, a oferta tem superado a demanda, fazendo com que bons negócios apareçam repentinamente, tornando o mercado de bens uma opção viável de investimento em longo prazo.
E para não perder estas oportunidades, é interessante se preparar para a compra. A maneira mais fácil e rápida é contar com uma carta de crédito de um consórcio, utilizando a parte que sobra da renda mensal para pagar suas parcelas e dar um lance robusto quando precisar ou quiser ser contemplado.
Portanto, não só é possível investir durante a crise, como também é recomendável, para que haja um incremento na renda pessoal e seja criada uma proteção para eventuais imprevistos e pioras que possam ocorrer. Mas para isso é preciso saber quais são as melhores opções de investimento para seu perfil.
Ficou em dúvida? Fale conosco.
Fonte: Racon